Alguns dilemas dos pais solteiros
Alguns de nós de repente descobrimos que preferimos viver sozinhos do que como um casal. Essa escolha consciente pode levar ao florescimento da personalidade, o que é favorável para a criança. Porém, desde que a mãe ou o pai não busquem formar um casal simbólico com filho ou filha. O modelo de uma família composta por dois pode ser uma ameaça para a criança, porque está associado ao isolamento e à ruptura familiar primária. Uma família sempre ganha se tiver três ou mais membros...
É importante que o ganho de autonomia que você conseguiu leve à liberdade no desenvolvimento e não à regressão. Se um adulto se comporta como um adolescente, trata o casamento como um espaço de conflito e violação pessoal e percebe a vida de solteiro como uma forma de auto-realização, será difícil para uma criança encontrar orientação e equilíbrio.
Criar filhos sozinha é difícil. Mas você não deve pensar que aqueles momentos em que você mostrou fraqueza ou vacilou serão percebidos pela criança necessariamente de forma negativa. A autoridade parental, fonte de todos os resultados positivos da educação do ponto de vista da sociedade, é algo que servia como sinônimo de ordem e segurança e se relacionava mais com “garras” sociais do que com relações familiares.
O que a criança realmente conta, o que a forma, é a paz interior dos pais, sua capacidade de ser consistente na educação. Ao fazer com que a mãe (ou o pai) aguente as dificuldades e diga “não” a ele, a criança não poderá mais se entregar a fantasias de sua onipotência.
Um pai emotivo e cansado pode exercer uma forte influência sobre os filhos, no sentido de que eles desistam da fantasia antiquada de poder sobre os filhos e estejam dispostos a aceitar que um filho não pode ser criado sozinho. Quanto às punições, a questão não é “como ser firme”. É importante sentir a diferença entre as punições que fazem sentido para você e aquelas que são ditadas por sua confusão ou desejo de se "encaixar" os estereótipos educacionais. De vez em quando, você pode optar por não punir a criança se, por exemplo, estiver cansada ou não estiver com vontade. “Ficar constantemente na linha” é, afinal, um reino das ilusões.
Maria Rosa de Jesus